sábado, 5 de dezembro de 2009

As nossas matrizes


Desde antes muito antes de o Brasil ser Vera Cruz, os primeiros habitantes por aqui andavam nus, os guerreiros e xavantes, guaranis e pataxós a aliança mais antiga a voz dos nossos avôs terra mãe da civilização de um Deus que não era cristão, mas fez a vida na floresta esculpida onde nasceu à índia, sou índia Terena, da pele morena dos povos de lá. Índia, guerreira, xavante índia encantada da tribo distante dona desse lugar... Essa composição de Gabriel Povoas transmite toda a originalidade do nosso país e afirma o quanto o índio é importante para nossa miscigenação que foi consolidada após a exploração das novas terras pelos portugueses em 1500, período que se estabeleceu as duas matrizes étnicas desse novo mundo. Quando os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra para a realização de trabalhos manuais. por isso, iniciou-se a exploração da mão-de-obra indígena. Mas os jesuítas, por considerarem os índios puros e sem malícia, os defenderam da escravidão. Assim, os exploradores foram à busca de negros na África para submetê-los ao trabalho escravo. Essa é a matriz étnica mais influente da religiosidade atual, a matriz africana.
Eles que vieram nos porões dos navios negreiros, amontoados, em condições desumanas, juntamente com seus Orixás/Inquices/Voduns, sua cultura, e seu idioma, modificou toda a nossa história. Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888, marcando presença na música, na culinária, na vestimenta e na cultura dos dias atuais.
O candomblé, religião deixada pelo testamento da escravidão é desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos do continente africano. O que acho mais interessante é como os negros enganavam os portugueses, eles utilizavam as esculturas da igreja católica para cultuar suas crenças, o meu foco neste trabalho é esclarecer o que cada santo católico representa dentro do candomblé.
ORIXÁ: Iemanjá
SANTA CATÓLICA: Nossa Senhora da Conceição
Iemanjá é a deusa dos grandes rios, mares e oceanos. Na umbanda, ela é cultuada como mãe de muitos orixás e identificada com Nossa Senhora da Conceição - uma das manifestações católicas da Virgem Maria, mãe de Jesus. No candomblé, ela é representada como uma negra e usa roupas africanas.

ORIXÁ: Iansã
SANTA CATÓLICA: Santa Bárbara
Esposa de Xangô, a Iansã do candomblé e da umbanda é a deusa dos raios, dos ventos e das tempestades. Na doutrina católica, ela corresponde a Santa Bárbara - também uma protetora contra raios, tempestades e trovões.

ORIXÁ: Xangô
SANTO CATÓLICO: São Jerônimo e São João
Tanto para o candomblé quanto para a umbanda, Xangô é o deus do trovão e da justiça. Ele é associado a dois santos católicos: São Jerônimo, que no final do século 4 traduziu alguns livros da Bíblia do hebraico e do grego para o latim, ou São João, que pregava a conversão religiosa e batizou Jesus.

ORIXÁ: Ogum
SANTO CATÓLICO: Santo Antônio e São Jorge
Para a umbanda e o candomblé, Ogum é o orixá da guerra, capaz de abrir caminhos na vida. Por isso, costuma ser identificado com Santo Antônio, o "santo casamenteiro", ou com São Jorge, santo guerreiro que é representado matando um dragão.

ORIXÁ: Oxalá
SANTO CATÓLICO: Jesus
Na umbanda e no candomblé, Oxalá é a divindade que criou a humanidade - por isso, ele se equivale a Jesus, uma das manifestações do Deus triunfo do catolicismo (pai, filho e espírito santo). Além de ter modelado os primeiros seres humanos, Oxalá também inventou o pilão para preparar inhame e é considerado o criador da cultura material.

Essas são os principais e mais cultuadas entidades do candomblé que se relaciona com o catolicismo.

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